DIS Baixo Sul gera renda e preserva Mata Atlântica
Fundação Odebrecht ajuda a combater a pobreza e a preservar a Mata Atlântica na Bahia.
23 de novembro de 2005
Fundação Odebrecht ajuda a combater a pobreza e a preservar a Mata Atlântica na Bahia.
23 de novembro de 2005
Com a formação de cadeias produtivas para a cultura da mandioca, palmito, aqüicultura e piaçava, aliada a formação educacional, cultural e empresarial de jovens, a Fundação Odebrecht ajuda a combater a pobreza e a preservar a Mata Atlântica no Baixo Sul da Bahia. A fundação, que comemora 40 anos em dezembro, também mantém os projetos de Casas Familiares Rural e do Mar, que proporcionam atividades complementares para o desenvolvimento das comunidades. Por meio do investimento no capital humano obtém resultados positivos na geração da riqueza local. Com isso aumenta a produtividade e a renda nas propriedades rurais, cuja atividade era de subsistência.
A região do Baixo Sul da Bahia, localizada a 270 quilômetros de Salvador, abrange uma área de 6.139 Km² com 259 mil habitantes distribuídos nos municípios de Valença, Tancredo Neves, Cairu, Taperoá, Nilo Peçanha, Ituberá, Piraí do Norte, Igrapiúna, Camamu, Ibirapitanga e Maraú.
Modelo de governança
Esses 11 municípios integram o DIS Baixo Sul, Programa de Desenvolvimento Integrado e Sustentável, iniciativa da Fundação Odebrecht pautada por um modelo de governança onde o primeiro, o segundo e o terceiro setor trabalham de forma complementar o que está mudando a cultura e a estrutura das comunida-des locais. O governo baiano representa a ação do primeiro setor, a Fundação Odebrecht o segundo e um conjunto de oito organizações da sociedade civil de interesse público representam a sociedade civil.
Para a efetivação do Programa DIS Baixo Sul já foram investidos R$ 23, 7 milhões. O programa, como projeto integrado, é resultado da parceria assinada em fevereiro de 2004 entre a Fundação Odebrecht, Governo da Bahia, Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Baixo Sul (IDES) e a Associação dos Municípios do Baixo Sul (Amubs). Alguns do trabalhos realizados contam com a parceria tecnológica da Embrapa, Sebrae e da Price Waterhouse Coopers.
O DIS Baixo Sul tem sete projetos integrados que utilizam a metodologia de trabalho inspirada na Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO), uma forma de gestão que rege todo o complexo empresarial. Para Norberto Odebrecht, criador da Fundação Odebrecht e líder do Grupo Odebrecht “a finalidade da existência e de toda ação humana deve ser o bem coletivo, o jogo do ganha-ganha. Nossa filosofia é transformar trabalho em planejamento, músculos em cérebro e suor em conhecimento”. Norberto Odebrecht é principal mentor da TEO e, aos 85 anos, comanda toda a ação social da empresa.
Os projetos em andamento no DIS Baixo Sul são: Organização de Conservação de Terras (OCT); Cadeia Produtiva da Mandioca; Cadeia produtiva da Aqüicultura; Cadeia Produtiva do Palmito; Casas Familiares Rural e do Mar; Casa Jovem e Instituto Direito e Cidadania.
O presidente executivo da Fundação Odebrecht, Maurício Medeiros, diz que o objetivo da fundação é ampliar suas ações para outras regiões dos País. “Hoje atuamos nesta que é uma das regiões mais pobres do País. Nosso objetivo, ao difundir a cultura do desenvolvimento sustentável, é fixar o homem na terra de forma que ele obtenha renda e preserve o que resta de Mata Atlântica em nosso Estado. Depois pretendemos levar esse conhecimento a outras comunidades em outros estados brasileiros”, afirma.
Proteção Ambiental
A Área de Proteção Ambiental do Pratigi (APA do Pratigi), com 86,5 mil hectares na Bacia Hidrográfica do Rio Juliana, que abrange os municípios de Ituberá, Igrapiuna, Piraí do Norte e parte dos municípios de Nilo Peçanha e Ibirapitanga, onde a Fundação Odebrecht mantém vários projetos sociais.
A APA do Pratigi é administrada pela Organização de Conservação de Terras (OCT), que mapeou 3 mil hectares de reservas e formou os ecopólos Serra do Papuã, Vale do Juliana e Litorâneo. Em cada um foi criada uma associação de apoio a projetos de conservação ambiental aliados a projetos produtivos.
A OCT tem como missão a conservação do bioma Mata Atlântica e de seus ecossistemas associados, sua biodiversidade (flora e fauna) e seus recursos hídricos. Além de realizar projetos próprios apoia as cadeias produtivas na implantação e utilização de tecnologias limpas. Na região nordeste as áreas que sobressaem como prioritárias para a conservação estão localizadas entre os municípios de Valença e Ilhéus, e Una e Canavieiras, onde ocorrem espécies de primatas ameaçadas de extinção e endêmicas do sul da Bahia (mico-leão-da-cara-dourada, guigó e macaco-prego-de-peito-amarelo) e outras espécies endêmicas de mamíferos da mata atlântica (preguiça de coleira, ouriço preto e rato-do-cacau).
A APA foi instituída no Brasil nos anos 80 (Artigo 8 da Lei Federal no 6.902, de 27/04/1981), junto a diversos instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente destinados à conservação ambiental. Por suas características, as APAs do Brasil se assemelham aos Parques Naturais de Portugal, aos Parques Nacionais da Inglaterra, França e Espanha e às Áreas de Proteção à Paisagem da Alemanha.
O objetivo principal da APA é conservar a diversidade de ambientes, de espécies e de processos naturais pela adequação das atividades humanas às características ambientais da área, seus potenciais e limitações. Ao contrário de outras unidades de conservação, as APAs podem incluir terras de propriedade privada, não exigindo, portanto, a desapropriação de terras. Assim, uma APA não impede o desenvolvimento de uma região, permite a manutenção das atividades humanas existentes, e orienta as atividades produtivas de forma a coibir a predação e a degradação.
Produção de farinha eleva renda local
18 de Novembro de 2005 – A formação da cadeia produtiva da mandioca em 2003 elevou a renda de 1,8 mil famílias de agricultores da Cooperativa de Produtores Rurais do Município de Tancredo Neves (Coopatan), no Sudeste da Bahia, de R$ 220,00 para R$ 486,00 mensais. Esse aumento deve-se à maior produtividade da cultura, que passou de 8 ton/ha para 25 ton/ha nos 600 hectares plantados, e à eliminação dos intermediários, que limitavam o ganho dos produtores.
Hoje, com o apoio da Fundação Odebrecht, os agricultores participam desde o plantio até a venda para o comércio e varejo. Desta forma, eles passaram a ter visão global de seu negócio. A Coopatan conta com a parceria da Embrapa o que permite unir o conhecimento tradicional ao tecnológico, originando o conhecimento aplicado.
De acordo com técnicos da Embrapa, os agricultores não sabiam escolher as matrizes e adubavam de forma errada o que reduzia a produtividade. Eles não conheciam as possibilidades de uso dessa cultura, que além da farinha, pode dar origem a mais de 200 produtos. O agrônomo da Coopatan, Marcelo Abrantes, diz que da mandioca tudo se aproveita. A folha, por exemplo, substitui a farinha de trigo na ração animal e é apropriada ao consumo humano. “Ela tem mais proteínas do que a soja”, diz ele.
Jorge Gavino, líder da cadeia produtiva da mandioca, informa que a região tem 50 mil pessoas vivendo dessa cultura. “Só da Coopatan são 1.800 famílias, o que representa em torno de 9 mil pessoas”. No dia 26 de agosto deste ano o governador da Bahia, Paulo Souto, esteve na Fazenda Novo Horizonte, em Tancredo Neves, para visitar o projeto e inaugurar a fábrica de farinha da cooperativa, a maior do estado.
Ela tem capacidade para produzir 20 toneladas de farinha de mandioca por dia. As cinco marcas produzidas pela Coopatan são vendidas pela rede Wal-Mart/Bompreço e Ebal/Cesta do Povo, parceiros do projeto social. Até fevereiro do ano que vem a Coopatan pretende produzir, em escala comercial, ingredientes para ração de peixe à base de folhas de mandioca.
Repórter: Luiz Voltolini
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