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Ação social de empresas revigora o Baixo Sul da Bahia

A cooperativa faz parte do projeto desenvolvido pela Construtora Odebrecht e que atende a 11 municípios com baixos índices de desenvolvimento humano no estado

12 de dezembro de 2005

A cooperativa faz parte do projeto desenvolvido pela Construtora Odebrecht e que atende a 11 municípios com baixos índices de desenvolvimento humano no estado

A baiana Rosângela Santos Menezes, mãe de cinco filhos, sendo dois de criação, após dois anos de desemprego, comemora o seu segundo mês de trabalho na Cooperativa de Produtores Rurais do Município Tancredo Neves (Coopatan), localizada na região do Baixo Sul da Bahia, a 200 quilômetros de Salvador.

A cooperativa faz parte do projeto desenvolvido pela Construtora Odebrecht e que atende a 11 municípios com baixos índices de desenvolvimento humano no estado, mas que já sentem os impactos positivos da ação conjunta de algumas empresas que apostam no desenvolvimento sustentável da região, e investem em projetos comunitários.

Conhecida como Meire, pois teve de alterar o seu nome no cartório para poder se casar aos 15 anos de idade no município de Tancredo Neves, a cooperada Rosângela Santos Menezes ressalta que a ação das empresas privadas para o incentivo da agricultura local é muito importante. “Sou separada, tenho 36 anos, e não conseguia emprego, pois a região conta com poucas oportunidades e quando algumas surgem, em sua maioria são de cunho informal”, comenta.

É neste contexto que a Odebrecht decidiu incentivar a reestruturação da cadeia produtiva de mandioca na região em 2003 com a constituição da Coopatan, que hoje aumentou a renda mensal das famílias locais, que era de R$ 200,00, para R$ 486,00. “Vi que além de gerar oportunidade de renda, era preciso fortalecer a instituição familiar, através da educação dos jovens e do preparo do casal para o trabalho”, afirma Norberto Odebrecht, presidente da Fundação Odebrect. No segundo semestre deste ano, a Coopatan inaugurou a sua fábrica de farinha e já comercializa seus produtos com a rede de supermercado Wal-Mart.

Segundo Daniela Di Fiori, diretora de comunicação do Wal-Mart no Brasil , cerca de 40% do volume de compras da rede na Região Nordeste é oriunda da produção de pequenos agricultores. “Através do nosso programa social chamado Loja da Comunidade, contamos com uma equipe de compras em todas as unidades que prioriza este tipo de produto com o objetivo de promover a geração de renda da região”, conta. Para o próximo ano, a rede Wal-Mart, projeta um investimento social de R$ 5 milhões. “Acabamos de consolidar o Instituto Wal-Mart, pois sentimos que além do negócio é preciso capacitar os pequenos produtores, incentivá-los para a organização de seu negócio”, diz.

Segundo Marcelo Walter, diretor executivo do Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Baixo Sul da Bahia (IDES), o grande desafio da região é conseguir dar orientação para os pequenos agricultores para a redução da evasão rural, pois em alguns municípios o índice de urbanização é de apenas 15%. “Antes da cooperativa, os agricultores conseguiam tirar oito toneladas de raiz por hectare e dependiam de intermediários para a venda. Hoje, já produzem em média, 25 toneladas”, diz. Walter conta que a Odebrecht, que implantou o programa social DIS Baixo Sul em 2003, investiu R$ 10,5 milhões na região em 2005, e projeta um aporte de 2 milhões para o próximo ano. “A Odebrecht foi pioneira, mas estamos em busca de novos parceiros para a auto-sustentabilidade da região. Hoje, além da mandioca, contamos também com as cadeias produtivas da aqüicultura, palmito e estamos dando ênfase para o desenvolvimento das cadeias da seringueira, piaçava e cacau”, diz. A projeção de investimentos para o desenvolvimento sustentável do Baixo Sul da Bahia é de R$ 30 milhões. “Estamos esperançosos, pois acabamos de firmar parceria com a Michelin para o incremento da cadeia da seringueira”, afirma.

Como é o caso do grupo americano Mars Incorporated , que recentemente realizou uma visita ao Programa DIS Baixo Sul, que além das cooperativas, integra ações sociais com os projetos Instituto Direito e Cidadania “ação de capacitação de jovens para a assessoria jurídica do local” e com as duas Casas Familiares, responsáveis pela formação dos filhos dos produtores da região, que multiplicam as técnicas de produção que aprendem na escola para seus familiares. Segundo o executivo Martin Aitken, sócio diretor da Almirante Cacau , fazenda cacaueira da Mars Incorporated, o grande desafio da região é promover a integração de todos os valores da cadeia produtiva.

A Almirante Cacau apóia a capacitação de 140 alunos da escola municipal de Itajuípe, que com a ação da empresa também oferece agora aulas para o ensino fundamental. “Não temos uma ação social expressiva na região, mas pretendemos estimular os pequenos produtores da zona rural do município para o desenvolvimento de outras culturas e quem sabe também poder transmitir a nossa expertise com a produção de cacau para outros pequenos produtores da região”, afirma.

Fonte: Diário Comércio Indústria & Serviços, 28 de novembro de 2005.
Repórter: Maria Rehder

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