Um senhor exemplo em vida – Norberto Odebrecht / Site Performance Líder
Revista Performance Líder
23 de março de 2012
Revista Performance Líder
23 de março de 2012
Fonte: Site Performance Líder, 03 de fevereiro de 2012
Editoria: Entrevistas
Aos 91 anos, ele acorda todos os dias da semana às 4h da manhã. Às 6h30, já está no seu escritório em Salvador, acompanhando os trabalhos presentes e delineando as ações futuras de uma das mais antigas e respeitadas fundações do Brasil. Aqueles que o acompanham diariamente o descrevem como incansável, apaixonado pelo projeto, ao qual se dedica integralmente, inclusive nos finais de semana e feriados. Viaja com frequência ao Baixo Sul da Bahia, a aproximadamente 300 km da capital, para acompanhar de perto os projetos realizados pela fundação que criou.
Há poucas décadas, esta rotina de dedicação ao trabalho e amor à própria obra tinha como resultado a expansão de uma empresa que fundou na década de 1940 e hoje é uma multinacional brasileira líder em diversos setores de atuação. Uma organização que nasceu na Bahia e cresceu globalmente, superando desafios de engenharia em diferentes regiões do planeta: da ampliação de um aeroporto internacional em pleno funcionamento em Miami à criação de uma plataforma de petróleo com inovações que otimizam processos de trabalho nos Emirados Árabes, da construção de uma rodovia que atravessa florestas, cordilheiras e desertos no Peru à edificação de um terminal de contêineres no Porto de Djibuti, na África, realizada por uma equipe com integrantes de 16 nacionalidades.
O que move este distinto senhor, presidente do Conselho de Curadores da Fundação Odebrecht e presidente de Honra da Organização Odebrecht? Segundo um de seus assessores mais próximos, “paixão, cultura e compromisso. E isso é a sua vida”. E quando o próprio Dr. Norberto Odebrecht é questionado se sente-se gratificado com o trabalho que desenvolve, responde: “Quem tem o espírito do tempo não olha para si nem para trás: olha para frente, ajuda a preparar as gerações futuras, trabalha em equipe para o bem da comunidade, não se sente melhor do que ninguém. Entre nós não existem heróis, apenas gente que faz o que tem de ser feito hoje; gente que sabe que o futuro não aceita e não perdoa protelações nem omissões”.
Em um encontro inesquecível que nos ampliou a inspiração, o profundo respeito e a grande admiração por este senhor, Dr. Norberto Odebrecht e o Sr. Maurício Medeiros, presidente da Fundação Odebrecht, receberam a Performance Líder em Salvador. Em uma lição daquelas que se leva e aplica por toda a vida, nos falou sobre os seus projetos, fez uma análise crua sobre a situação da sustentabilidade nos dias de hoje e explicou a real motivação da responsabilidade social para um líder.
Muitos dos grandes homens que contribuíram com a sociedade em um certo momento da vida decidiram criar uma fundação para difundir e perenizar aquilo que alcançaram do ponto de vista existencial, cultural e social. Na sua opinião, para um grande líder, é importante deixar também um legado formalizado através de uma instituição? Por quê?
Sim, porque essa é uma boa maneira de otimizar o que acumularam em termos de experiência e conhecimento. Entendo que a decisão de se investir num legado cultural e social é mais que uma opção simples, às vezes imitadora. É uma deliberação construtiva de se investir no aproveitamento de uma oportunidade imperdível de contribuição com a sociedade e consolidação do seu plano de vida e carreira. É importante que tal legado seja idealizado e formalizado, por meio institucional, e que seja alicerçado em conhecimentos e experiências úteis e despretensiosas, focadas em contribuições concretas e futuristas. Tem que se constituir em exemplo prático de vida, de acúmulos de erros e acertos que permitem reflexão para formação do conhecimento interpretativo e propositivo, na sequência dos dados que levam a fatos e permitem ações, asseguradoras de resultados impactantes. Reflito e manifesto sobre isto com a convicção de que a Fundação Odebrecht atende esses requisitos, porque se orienta, exercita e pratica o contido em uma matriz da sustentabilidade que expõe ordenadamente os caminhos de ações integradas e inteiradas, harmônicas e sistêmicas para fazer acontecer o desenvolvimento regional sustentável, por meio da eliminação da pobreza, do analfabetismo e redução das desigualdades sociais, no caminho da Sustentabilidade. Sistematiza um amplo e completo escopo, desde as Políticas e Normas Públicas, que reconhecem a Utilidade Pública, a ser transformada em Interesse Público, instrumentalizado por Interesses Específicos (Cooperativas), consolidadores de Alianças Cooperativas Estratégicas, que levam à Sobrevivência e ao Desenvolvimento, evoluindo e consolidando a Sustentabilidade, no ordenamento orientado pelo Fluxo e Refluxo – Ação/Acompanhamento (Avaliação e Julgamento)/Resultado. Sua maior relevância é que tudo se inicia na unidade-família, célula mater da humanidade, estruturadora da comunidade, com o envolvimento das quais se chega e consolida a governança participativa, adaptada e ajustada ao programa por meio das alianças cooperativas. Foi concebida, organizada e implementada ao longo do exercício empresarial, sempre ajustada e adaptada às circunstâncias, levando-se em conta a necessária sincronização da empresa com a comunidade, por meio do seu braço socioambiental. Seus caminhos foram pautados em acervos que contribuíram para a formatação dos seus objetivos e de sua forma de atuação (disciplina gerando respeito e consolidando a confiança) que, depois de experimentar vários caminhos, chegou a uma ideal formulação de como agir em favor do desenvolvimento regional integrado e sustentável, com base em tentativas sequenciadas e avaliadas. Como se vê, a organização, os princípios, os conceitos e os critérios da Fundação Odebrecht foram construídos com base em experiências e reflexões ocorridas desde 1943 aos dias de hoje, 2011, correspondentes há 68 anos. Entretanto, sua constituição oficial ocorreu em 31.12.1965. Atualmente, a Fundação Odebrecht se orgulha de ter o domínio de um painel orientador, hoje, pronto para fazer acontecer o desenvolvimento sustentável, pautado no mais salutar plano institucional, parceiro, com visão construtiva, futura, coerente com a cultura e o espírito sedimentados em sua Tecnologia Empresarial.
Com os projetos no Baixo Sul da Bahia, o senhor tem a intenção de criar um modelo de tecnologia social que possa ser exportado para outras regiões e países. Qual o estágio atual do projeto, quais são os próximos passos e que falta para que isto aconteça?
O Modelo de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Mosaico de APAs (Área de Proteção Ambiental) do Baixo Sul da Bahia, concentrado inicialmente na APA do Pratigi, é uma realidade. Tem como objetivo comum, superior e nobre a conquista dos oito Objetivos do Milênio, cuja pertinência e oportunidade foram reconhecidas e avalizadas pela ONU, por meio do Prêmio ao Serviço Público, de âmbito internacional, único na América Latina e no Caribe, no ano de 2010. Sua reaplicação encontra-se sendo planejada para outras APAs, a exemplo de Camamu/Marau/Tinharé/Boipeba e Caminho da Boa Esperança, no Baixo Sul da Bahia. No plano da operacionalização programática, seus Resultados são expressivos e animadores, tendo em vista os indicadores de melhoria da qualidade de vida de muitas unidades-família, antes muito pobres e agora com rendimentos mensais que chegam a R$ 2.500,00 (que devem crescer e se multiplicar por 2 ou 3 vezes, a depender dos avanços tecnológicos das diversas alianças), suficientes para colocá-las no rol da classe média rural. Outros indicadores, como de conhecimentos e autoestima poderiam ser aqui listados e quantificados, sem contudo serem bem demonstrados e compreendidos em comparação com a observação local, com diálogo com os envolvidos. Assim, é interessante que possam conhecer o programa in loco. Importante, ainda, é que uma detalhada avaliação da evolução desse programa resultou na sua premiação, pelo governo brasileiro, com o Prêmio ODM Brasil – edição 2007, como o único que atua, simultaneamente, em favor dos oito Objetivos do Milênio. Já em 2010, a Escola Casa Jovem II, que atende cerca de 1.000 alunos/ano, localizada no centro geográfico da APA do Pratigi, recebeu o Prêmio Nacional de Referência em Gestão Escolar – Ano Base 2009. Destaque-se que o desenvolvimento sustentável não é estanque, não se conclui, simplesmente. Exige ações sistêmicas, complexas, integradas e inteiradas, abrangendo todos os envolvidos no arcabouço socioeconômico e político, em permanente processo de iniciativa, criatividade, mudança e inovação, necessários ao atendimento de sua dinâmica. É nesse caminho do desenvolvimento pessoal e institucional que estamos atuando, aperfeiçoada e incessantemente, visando à intensificação de erros e acertos, necessários ao aperfeiçoamento e à reaplicação da experiência certa.
De que modo a atuação local pode ter reflexos globais quando se fala em responsabilidade social?
A experiência local permite a atuação em um foco, alvo da concentração de esforços, contidos no conjunto harmônico de múltiplas e diversas atuações de seres humanos e instituições, que facilitam as negociações de responsabilidades e papéis, tempestivos e adequados, de cada um, e de todos, com visão do todo, contrapondo ao risco de dispersão de esforços. Esse amplo, complexo e harmônico conjunto que tem a capacidade de fazer acontecer resultados desejados, em determinado tempo e custos, constitui-se numa demanda global, de maior importância, dado a grande preocupação com a questão do desequilíbrio do ambiente do planeta Terra, demonstrado pelas mudanças climáticas e, especialmente, pela falta de um exemplo da necessária governança participativa, propugnada pela ONU, ou seja, as alianças cooperativas. A intenção é que o modelo, aqui apresentado, venha atender essa lacuna, tão importante para o mundo.
O combate à pobreza está no centro das atenções da Fundação Odebrecht e do seu trabalho. Com base na sua trajetória e nos resultados alcançados, na sua visão um homem que transcorre toda a vida na pobreza é resultado de circunstâncias externas, de falta de oportunidades ou até mesmo de uma escola individual?
A pobreza, com seus desdobramentos, resultam de muitas interveniências. Claro que políticas públicas, concebidas no que é o certo (eficácia) e implementadas de maneira correta e no tempo certo (eficiência), são essenciais ao bom arranjo das oportunidades de trabalho digno e renda suficiente à vida qualificada, com progresso e segurança para as unidades-família. A questão maior é focar e resolver a causa da pobreza pela constatação de que uma pessoa é pobre porque o que ela e sua família consomem é maior do que ganham. Assim, carecem de trabalho e renda contínuos, somente viáveis por meio da educação produtiva para o bom aproveitamento das oportunidades. A semente indispensável desse processo virtuoso é a Educação para o Trabalho e pelo Trabalho Produtivo, pela qual se obtêm resultados e liquidez contínuos e crescentes, no sadio ambiente onde cada um é dono do seu próprio destino, tornando-se responsável por suas escolhas, diante das oportunidades que lhe são apresentadas. Sem políticas públicas certas não há educação, não há livre arbítrio, não há chance de escolha e aproveitamento das oportunidades, não há desenvolvimento sistêmico e harmônico, não há sustentabilidade.
A meritocracia é uma alternativa para o assistencialismo ainda presente em muitos programas sociais? De que forma se pode responsabilizar e incrementar os deveres dos indivíduos beneficiados por esses projetos?
Como já disse, os seres humanos têm que ser donos e responsáveis por seus próprios destinos, pautados e alimentados por desafios, maior alimento da força produtiva humana, engrandecida pela visão, missão e foco, balizadores do plano de vida e carreira de cada um. O assistencialismo, certamente, não leva a essa sequência lógica e essencial. Pode até ser justificado em situações emergenciais, temporárias, que precisam ser cuidadosamente acompanhadas e avaliadas, projetando-se sua substituição por outras ações estruturantes, vinculadas ao essencial humano que é o aperfeiçoamento do seu processo de reflexão, decisão e livre escolha, de sua produtividade e liquidez decorrentes em um ambiente democrático.
Nos dias de hoje muito se fala de sustentabilidade, mas de concreto pouco se faz. No seu entendimento, onde está o problema?
Não há nada mais unânime, na atualidade, do que a questão da sustentabilidade. Entretanto, o que me chamou mais atenção foi a sua constatação de que de concreto pouco se faz. Nada mais certo e constrangedor, dado que essa sustentabilidade se mostra necessária ao equilíbrio e, portanto, ao futuro da própria vida no planeta Terra. Mais que todas as distorções, contradições e sequelas da pobreza, do analfabetismo e da desigualdade é a vida de todos os seres vivos que está sendo severamente ameaçada pelo desequilíbrio ambiental. Nisso se encontra a base de minha inquietude e indignação, quando verifico quanta energia se tem gasto em discussões, debates e conceituações teóricas e acadêmicas, circunscritos apenas nos efeitos, distantes da realidade das causas da insustentabilidade e das decisões e ações certas para sua solução definitiva. A maior razão disto é a falta de visão, compreensão e foco no todo, sistêmico, contido em sistemas dentro de sistemas, onde atuações isoladas e fragmentadas não têm chance de chegar a resultados impactantes. Ao contrário, desgastam os ânimos e o moral, degenerando o todo vivo. Por outro lado, a sustentabilidade inicia-se nas pessoas e organizações que propõem contribuir com ideias, propostas e ações que, ordenadamente, possam ser somadas, visando aos resultados desejados. Portanto, é condição básica que esses interessados percebam, compreendam e aceitem a complexidade da sustentabilidade que exige soma de esforços, sem sobreposição e predominância. A ninguém, pessoas ou instituições pode ser dado o direito ou o pleito de serem donos da sustentabilidade. As contribuições devem ser simples, focadas na interdependência e na sinergia, somente viáveis diante do espírito e a prática da humildade, do conhecimento e da comunicação, em condições idealistas, pautada na disciplina que leva ao respeito e consolida a confiança. Sem tudo isto não se contribui à sustentabilidade.
O trabalho da Fundação Odebrecht contempla os Oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio traçados pelas Nações Unidas. Os países membros tiveram 15 anos para atingir as metas definidas, mas parece que chegaremos em 2015 sem os resultados esperados. Na sua visão, por que este panorama?
Exatamente pela falta de ações locais, na origem dos problemas, na intensidade, frequência e amplitude necessárias à solução das causas e suas decorrências que levaram a formulação desses Oito Objetivos. Todo problema tem causa. Causa tem soluções. Soluções exigem decisão eficaz e execução eficiente. O programa regional, apoiado pela Fundação Odebrecht, optou por atuar, diretamente, nos Objetivos 1, 2, 7 e 8, relativos à erradicação da pobreza, educação de qualidade para todos, respeito ao meio ambiente e a unanimidade em torno de um programa comum – a governança participativa, respectivamente. O convencimento é que, atingidos esses quatro Objetivos, os outros, 3, 4, 5 e 6, serão atendidos por consequência. Essa lógica foi aceita pela ONU, pela conferência do Prêmio Internacional ao Serviço Público das Nações Unidas, em 2010.
Falando sobre educação dos jovens, o que falta às escolas de hoje para que possam “ensinar Valores, Limites e Formar Seres Humanos para serem agentes do próprio Destino”, citando aqui suas palavras?
A educação é a mola propulsora do desenvolvimento humano e, por conseguinte das comunidades. Para isto, precisa ser focada no espírito de servir, consolidador da cultura solidária, participativa e produtiva. Essa educação do servir tem como inspiração e orientação maior os ensinamentos e recomendações da natureza, percebidos nas reflexões e constatações de que todos os animais praticam a imitação que, de forma racional ou irracional, permitem aos filhos observar maneiras de se conduzirem para salvaguardar, inicialmente, sua própria vida e depois crescer e desenvolver ao longo do tempo. Assim, vê-se que o processo educativo de todos os animais se pauta no exemplo, instintivo e repetitivo nos irracionais e também ordenado e evolutivo nos racionais. É essencial o exemplo que leva ao delineamento da imagem a ser seguida por imitação ou evolução racional, formando a conduta. O processo progride racional e evolutivamente com o conhecimento interpretativo e propositivo, na sequência dos dados que levam a fatos e permitem ações que assegurem resultados. Tudo exigindo educação qualificada, eficaz, alimentadora da Ccltura certa do servir que leva a percepção e prática da forma certa de agir, consolidando o comportamento eficaz. Esses resultados, por sua vez, só serão possíveis num ambiente de confiança, resultantes de disciplina que leva ao respeito, o que requer prática de um código de ética, aplicado a cada situação. Nessas condições, tem-se todos os ingredientes necessários à consolidação de uma cultura que, enriquecida pela visão de futuro, estabelece condições e premissas para o presente − cultura, consequência da educação qualificada, certa.
O valor do trabalho é fortemente presente na sua trajetória, na organização empresarial que construiu e nos projetos sociais e ambientais que empreende. De que forma o trabalho dignifica o homem?
O ser humano nasce e imediatamente começa a trabalhar. Chora para se adaptar ao novo sistema de vida, respirando. A partir daí, se não mamar, não sobrevive, morre. Por isto, o seu instinto é instantâneo, precisando de orientação da mãe para melhor executar o seu trabalho. Portanto, o trabalho é vida. Vida sem trabalho é inércia. Sem trabalho o ser humano torna-se vazio, inerte, inútil a si mesmo e, principalmente, à sociedade. Nessa condição, a essência humana cerebral entra em disfunção, em degradação, enquanto a iniciativa, a criatividade e a inovação não são exigidas e muito menos aplicadas. Tudo tende à degeneração, presente na acomodação, no imobilismo e na omissão.
O seu conceito de desenvolvimento sustentável é um conceito humanista. De que modo o ser humano pode trabalhar e conviver com a natureza, beneficiando-se dela e contribuindo com o ambiente onde está inserido?
É essencial que o ser humano seja percebido, como princípio, meio e fim da necessária convivência harmônica com o meio ambiente. A maior força disso é sua racionalidade, que o torna responsável pelo respeito à vida. Do contrário, se torna um perigoso irracional, inconsequente predador, irresponsável. Nessa visão, tem-se o equilíbrio dos fluxos de vida: solo, recursos hídricos, flora, fauna, homem e seus negócios, como premissa básica, condição inegociável. A receita orientadora dessa harmonia é traduzida nos princípios: redução do consumo direto dos recursos naturais ao mínimo; reciclagem, reuso e reutilização; respeito às diferentes formas de vida; estímulo à restauração ambiental; visão do todo.
Qual o sentido da responsabilidade social na vida do Líder?
Um Líder é antes de tudo um educador, pensador, formador de equipes. Tem que ser capaz de interpretar, compreender, praticar e orientar os deveres da vida, expressos na tese de que todos os seres humanos, em todo o mundo, estão convocados a participar do esforço de recuperação e manutenção das condições de vida saudável na Terra. Todos, em todas as suas dimensões: individual e familiar, na sua casa; no exercício das funções e do trabalho, na empresa; integrante das comunidades. Não deve haver uma única pessoa, em qualquer lugar, que ignore essa questão. Todas as organizações estão ameaçadas, visto que envolve a própria vida humana. Logo, é preciso que, nos ambientes onde a atuação baseia-se em equipe, líderes e liderados estejam atentos aos ajustes e adequações de suas ações empresariais e pessoais, especialmente, no que concerne ao consumo dos recursos naturais, relacionado diretamente com as mudanças climáticas do nosso planeta. Cabe ao Líder transformar seres humanos dispersos, com interesses múltiplos, contraditórios e competitivos, típicos de grupos e bandos, em equipe, com força integrativa e interativa, essencial aos resultados ideais. A sutileza do papel do Líder é a de educar, treinar e formar cidadãos. Cidadãos e organizações precisam conhecer, compreender e aderir ao esforço de recuperar e manter o equilíbrio dos fluxos de vida na Terra: solo, recursos hídricos, flora, fauna, seres humanos e seus negócios. Só assim será possível se chegar à participação efetiva, verdadeira. Vale ressaltar que a preocupação com a sustentabilidade se encontra retratada adequadamente na Tecnologia Empresarial Odebrecht – T.E.O., no tema da Perpetuidade. Cabe ao Líder refletir visando delinear o que é o certo, projetando o futuro e preparando novas gerações.
O senhor já disse que “quem tem o espírito do tempo não olha para si nem para trás: olha para a frente, ajuda a preparar as gerações futuras, trabalha em equipe para o bem da comunidade, não se sente melhor do que ninguém. Entre nós, não existe heróis, apenas gente que faz o que tem que ser feito hoje; gente que sabe que o futuro não aceita e não perdoa protelações nem omissões”. Quem tem o espírito do tempo o que mais pode ensinar àqueles que estão recém começando a construção da própria história, mas que almejam de si mesmos e consequentemente podem ser um vetor de progresso para a sociedade?
A visão de futuro condiciona o presente. Sem ações imediatas, de agora, não haverá futuro. Essas ações têm que se pautar na visão, na missão e no foco. Já o espírito do tempo, traduzido da expressão alemã zeitgeist, incorpora e valoriza a previsibilidade, a capacidade e o privilégio de ver curvas na frente, ajustando e adaptando para atuar previamente na educação e preparação das gerações futuras para o necessário trabalho em equipe, orientadas e focadas em resultados sinérgicos, progressivos, maiores e melhores. Isto exige a distribuição de responsabilidades que reconhecem e ordenam a visão do todo, do objetivo comum, superior e nobre, que se impõe sobre os interesses individuais e grupais, exigindo espaço, importância e prática da humildade e do respeito ao próximo. Nesse contexto, a prevalência é do interesse da comunidade, do bem comum, assegurador do futuro. Esse espírito é a essência do compromisso do pacto entre as gerações.
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