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Edição 128 – Mais qualidade de vida, naturalmente

APA do Pratigi é o foco de um plano para conservação ambiental e geração de trabalho e renda em área de Mata Atlântica no Baixo Sul da Bahia.

1 de janeiro de 2007

Praia do Pratigi – Ecopolo III da APA

Texto: Vivian Barbosa

Fotos: Almir Bindilatti

A vista do alto impressiona. São 161.935 ha de área total – 63 mil ha ocupados por matas. Símbolo de resistência à ação humana ao longo de 506 anos de devastação, a Área de Proteção Ambiental (APA) do Pratigi encanta pela exuberância e biodiversidade. Localizada no Baixo Sul da Bahia, a APA do Pratigi perpassa os municípios de Nilo Peçanha, Ituberá, Igrapiúna, Piraí do Norte e Ibirapitanga. Apesar de ocupar apenas 26% do território do Baixo Sul, agrega 60% do total da Mata Atlântica regional.

“Entre outras importantes APAs situadas no Baixo Sul, a do Pratigi é a que melhor representa a intensa biodiversidade e riqueza de recursos naturais da Mata Atlântica”, explica Joaquim Cardoso, Diretor Executivo da Organização de Conservação de Terras (OCT). Este é um dos motivos que fizeram da APA do Pratigi o foco de um Plano de Desenvolvimento Integrado e Sustentável, elaborado com o apoio da OCT, que objetiva a conservação e promoção dos recursos da região, aliadas à geração de trabalho e renda e à ocupação disciplinada do solo.

A OCT, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), integra o Programa de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Baixo Sul da Bahia – DIS Baixo Sul, uma parceria entre o Governo da Bahia, a Associação de Municípios do Baixo Sul (Amubs), a Fundação Odebrecht e o Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Baixo Sul (Ides).

“A Mata Atlântica é um ecossistema que, pelo fato de estar em iminente ameaça de desaparecer, é considerado como prioridade na luta para a preservação da vida no planeta”, salienta Cardoso. Para ele, o grande diferencial do projeto é o fato da APA do Pratigi ser a única no país a possuir um plano de desenvolvimento próprio, que busca o fortalecimento e a sustentabilidade dos fluxos de vida da região.

Além das cadeias produtivas do palmito, piaçava e aqüicultura estuarina, já existentes e integradas ao DIS Baixo Sul, os três ecopolos, microambientes distintos que coexistem na APA do Pratigi, foram analisados para identificar outras vocações da região. Isto deu origem a seis projetos de novas cadeias produtivas: aqüicultura continental, cacau, cravo-da-índia, seringa, turismo sustentável e sistema produtivo de madeiras especiais. Interligando esses negócios, existe a Estrada Parque da Cidadania, que facilitará o acesso à região. Essas iniciativas serão implementadas a partir de 2007. Também está em estudo, como uma alternativa de geração de receita perpétua e sustentável, o aproveitamento hidrelétrico da bacia hidrográfica do Pratigi.

O ambientalista e Diretor do Instituto Floresta Viva, Rui Rocha, ressalta o caráter inovador do Plano. “Teremos a combinação de estradas vicinais e rodovias no desenho de uma Estrada Parque, sistemas agroflorestais associados a cadeias produtivas, a inclusão social de comunidades rurais e litorâneas e a conservação dos grandes remanescentes florestais, restingas e campos. Este plano promoverá o desenvolvimento da APA.”

André Brugger, Presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Ambiental Brasil Sustentável (IABS), enfatiza que, por ser concebido dentro dos pilares do desenvolvimento sustentável, a expectativa é de que o Plano beneficie, diretamente ou indiretamente, toda a população do Baixo Sul. “Compatibilizando desenvolvimento e preservação, seus frutos poderão atingir todo o Brasil, servindo de modelo multiplicador”, afirma Brugger.

Recentemente foi constituída a Associação Guardiã da APA do Pratigi – Agir, instrumento de integração social entre as comunidades dos três ecopolos. A Associação ficará responsável pela articulação dos projetos para conservação da APA e geração de alternativas de trabalho e renda digna. Antonio Nunes, Presidente da Agir, destaca a participação da comunidade para o efetivo sucesso do Plano da APA. “Esta é uma ação que dependerá da comunidade para dar certo. Se ela participa desde o início, assume maior responsabilidade para fazer acontecer.”

O plano foi amplamente debatido entre os representantes do poder público do Baixo Sul, de associações e outros agentes da sociedade civil, com o objetivo de colher contribuições e conquistar o apoio da comunidade. O Presidente da Câmara de Vereadores de Ituberá, José Augusto Bulcão, está confiante. “Esperamos o envolvimento da comunidade não só como colaboradora, mas como protagonista.”

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