Odebrecht Informa

Edição 163 – Um cheiro de futuro no ar

No interior da Bahia, casas familiares rurais formam nova geração de empresários, capazes de liderar seus negócios e se tornar referências em suas comunidades. Acompanhe as trajetórias de jovens que vivenciam essa realidade

1 de dezembro de 2012

texto Carlene Fontoura
fotos Almir Bindilatti

Deian de Andrade na plantação
de abacaxis de seu pai:
família feliz com o aprendizado e os
resultados obtidos por ele em sua horta

Quem chega é logo envolvido pelo aroma agradável e o frescor natural. São diferentes cheiros – de hortelã, coentro, salsinha – que causam uma curiosa confusão de sentidos. O olfato é convocado a perceber os odores, o paladar se aguça. Verdinha e bem cuidada, a horta é motivo de orgulho para a família. “Estou feliz com o resultado. Com o trabalho do meu filho, aumentamos nossa renda e mantemos a despensa cheia”, comemora Iraci Pereira, mãe de Deian de Andrade. Morador da comunidade de Moenda (município de Presidente Tancredo Neves, Baixo Sul da Bahia), Deian é responsável pelo plantio na propriedade.

Educando da Casa Familiar Rural de Presidente Tancredo Neves (CFR-PTN), o jovem de 18 anos desenvolve seus cultivos utilizando técnicas aprendidas na unidade de ensino. Criada em 2002, a CFR-PTN celebra 10 anos de contribuição para a formação de novas gerações de empresários rurais. Um deles é Deian, que vende as hortaliças para dois estabelecimentos da comunidade, lucrando R$ 500 por mês somente com esse negócio.

“Aqui em minha terra tenho condições de me manter com dignidade e sou autor do meu destino”, afirma Deian. Quionei Araújo, Diretor de Ensino, salienta que o principal motivo para comemorar uma década de CFR-PTN é “contabilizar 250 jovens, entre formados e concluintes, beneficiados com o ensino oferecido pela instituição”. Em 2009, a Casa foi autorizada pelo Conselho Estadual de Educação da Bahia a ministrar o Curso Técnico em Agropecuária integrado ao Ensino Médio, tornando-se a primeira nas regiões Norte e Nordeste com essa aprovação.

Oferecendo um curso com duração de três anos, a Casa Familiar mantém a matriz curricular voltada para a realidade do campo e aplica uma metodologia chamada Pedagogia da Alternância. Os estudantes passam uma semana em período integral na CFR-PTN e duas semanas em suas propriedades, praticando os novos aprendizados. “Não utilizávamos as técnicas corretas de plantio. Quando nosso filho explicou passo a passo, os resultados surgiram”, revela Iraci Pereira.

A horta de Deian de Andrade faz parte do Pais – Produção Agroecológica Integrada e Sustentável, tecnologia social fomentada pela Fundação Banco do Brasil (FBB). Implantada na sede da CFR-PTN em 2011, a iniciativa está sendo reproduzida com as famílias dos educandos e busca promover uma agricultura que não agrida o meio ambiente. A FBB apoia as ações do Programa de Desenvolvimento e Crescimento Integrado com Sustentabilidade do Mosaico de Áreas de Proteção Ambiental do Baixo Sul da Bahia (PDCIS) desde 2008. Fomentado pela Fundação Odebrecht e parceiros, o PDCIS se propõe a concretizar um objetivo comum, superior e nobre: construir uma classe média rural estruturada em unidades-família, protagonista do próprio desenvolvimento e crescimento sustentável.

Sinergia que gera resultados
A CFR-PTN está integrada à Cooperativa dos Produtores Rurais de Presidente Tancredo Neves (Coopatan) para formar a Aliança Cooperativa Estratégica da Mandioca e Fruticultura. Nesse modelo, os jovens recebem formação voltada para o campo e os agricultores, além de orientação técnica, garantem o escoamento dos produtos e justa remuneração.

Em pouco tempo na CFR-PTN, Deian influenciou seu pai a se associar à Coopatan. Denilson de Andrade reestruturou a plantação de abacaxi e hoje entrega os frutos para a cooperativa, que reúne outros 214 associados. Jailton Ribeiro também vive essa realidade. Com 22 anos, o jovem se formou na CFR-PTN em 2008 e, com seu pai e irmão, cuida de diversas plantações em 40 hectares. “O apoio da Coopatan é fundamental para que os alimentos sejam comercializados em redes de supermercados”, conta Jailton. “Com o conhecimento que adquiri na Casa, alio qualidade e menor custo”, completa.

Mudar a vida das pessoas
Assim como para a CFR-PTN, 2012 também é um ano especial para a Casa Familiar Rural de Igrapiúna (CFR-I). Comemorando cinco anos de atuação, a CFR-I mantém sua missão de transformar a vida de pessoas. Um exemplo é Edilton Clemente, 27 anos, que vem cultivando palmito de pupunha. Para ele, que é morador do assentamento Mata do Sossego, em Igrapiúna (BA), a passagem pela Casa foi determinante para suas escolhas. “Sem essa oportunidade, teria procurado trabalho fora”, assegura.

Formada em 2011, Liana Souza, 20 anos, reforça as experiências vividas. “Ao ingressar na CFR-I, aprendi a valorizar o lugar onde nasci”, afirma. Moradora da comunidade de Limoeiro, em Camamu (BA), Liana começou a cultivar cacau, seringa e banana em sua propriedade.

Em 2012, a CFR-I também celebra a conquista de parcerias com a Mitsubishi Corporation do Brasil, que está investindo na formação dos jovens, e com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que liberou recursos para reforma da sede.

Ao permitir que o estudante assimile os conhecimentos praticando-os em seu cotidiano, as casas familiares trazem em sua essência um dos pontos norteadores da Tecnologia Empresarial Odebrecht: a Educação pelo Trabalho. “Dessa forma, o empresário do amanhã se capacita para conduzir seus negócios com responsabilidade e exercer seu papel de líder de sua história e transformador da realidade local”, salienta Joana Almeida, Assessora Educacional da Fundação Odebrecht.

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