Discutindo a Década Internacional de Afrodescendentes
Casas Familiares do Baixo Sul da Bahia valorizam a cultura africana nas edições de 2017 do Seminário Integrado de Educação Profissional
3 de novembro de 2017
Casas Familiares do Baixo Sul da Bahia valorizam a cultura africana nas edições de 2017 do Seminário Integrado de Educação Profissional
3 de novembro de 2017
Manifestações culturais, obras de arte, painéis desenhados pelos jovens fixados nas paredes e objetos de artesanato que enalteciam a cultura africana já adiantavam que havia algo diferente no ar. Em três diferentes dias (4 e 31 de agosto e 19 de outubro), as aulas teóricas e práticas das Casas Familiares do Baixo Sul da Bahia deram lugar ao Seminário Integrado de Educação Profissional (SIEP). O momento, um dos mais esperados do ano, reúne estudantes e equipes pedagógicas de cada turma em formação nessas unidades de ensino desde 2013. As atividades tiveram como tema central a Década Internacional de Afrodescendentes 2015-2024, defendida pela Organização das Nações Unidas (ONU) e trabalhada pela Casa Familiar Rural de Igrapiúna (CFR-I), Casa Familiar Agroflorestal (Cfaf) e Casa Familiar Rural de Presidente Tancredo Neves (CFR-PTN), que são escolas associadas à Unesco e apoiadas pela Fundação Odebrecht.
Na CFR-I, o dia 4 de agosto foi marcado por apresentações dos jovens do terceiro ano acerca da temática “Identidade e Diversidade, na Luta Contra o Racismo” e debates que trouxeram as histórias dos quilombolas e das políticas afirmativas no Brasil, a partir da presença de representantes do Movimento Negro Unificado, associação brasileira fundada há mais de 30 anos. “Estou feliz em participar. A troca de experiências é o maior legado que levarei comigo”, comentou Wemile dos Santos, 16 anos, da Cfaf. Para Tailã Souza, Assessora Pedagógica da CFR-I, o ponto alto do Seminário é o envolvimento dos estudantes. “Acredito que o resultado de tudo que foi visto, construído, discutido e apresentado será refletido nas famílias e consequentemente nas comunidades dos jovens. Isso é motivador”, afirmou.
Com o tema “Identidade Negra e Valorização da Cultura Afrodescendente”, o Seminário da Cfaf, realizado pelo primeiro ano de formação no dia 31 de agosto, exaltou a filosofia africana do “Ubuntu”, que nutre o conceito de humanidade em sua essência. “Evidenciar os feitos e contribuições dessa cultura fortalece os laços de identidade dos alunos”, ressaltou Lázaro Rodrigues, Assessor Pedagógico da Cfaf, instituição inserida em uma região onde há predominância de comunidades quilombolas. O SIEP contemplou ainda peça teatral, apresentação do Grupo Zambiapunga, de Nilo Peçanha (BA), rodas de samba e minicursos voltados, entre outros, à produção de Biojóias e estética negra. “Aprendemos a valorizar a cultura afrodescendente e respeitar a todos, independentemente de cor, raça ou nação. Estamos engajados na mesma causa”, disse o adolescente Messias Andrade, da CFR-PTN.
Encerrando os SIEP’s de 2017 em 19 de outubro, a turma do segundo ano da CFR-PTN foi a anfitriã da vez, com um dia voltado à “Cultura Africana: Raízes do Brasil”. Nem a chuva, que caía no início das apresentações, foi capaz de tirar o brilho do evento, que iniciou com encenação dos jovens sobre a dura época da escravidão e suas consequências até hoje. No auditório, o presidente da instituição, Josué Silva, exaltou a importância da integração entre as Casas Familiares. “Este é um momento muito rico, de troca de conhecimentos e experiências que agregam nossas escolas”, frisou. A programação seguiu com debates de representantes de universidades e escolas da região, além de ex-alunos da CFR-PTN, que contaram suas histórias de superação e transformação. “Participar de mais um SIEP é muito gratificante e ter contato com outras realidades, tão próximas e ao mesmo tempo diferentes da nossa, é muito grandioso”, completou Elismar de Jesus, estudante da CFR-I.
Para Joana Almeida, Coordenadora Educacional da Fundação Odebrecht, os seminários desse ano cumpriram o propósito da aprendizagem e da construção de futuro, com um tema tão relevante para toda a sociedade, trabalhado com afinco pela ONU. “Tudo foi conduzido com leveza e criatividade e as equipes pedagógicas e diretores das instituições mostraram que seguem com a arte de servir e educar com amor à causa da sustentabilidade em todas as dimensões, legado de Norberto Odebrecht”, afirmou. CFR-I, Cfaf e CFR-PTN são apoiadas pela Fundação através do Programa de Desenvolvimento e Crescimento Integrado com Sustentabilidade (PDCIS).
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