A história do jovem Adilton Silva, 15 anos, não é de um pé de feijão que cresceu e o levou às alturas como na fábula infantil, mas de como o uso da técnica de plantio adequada pode fazer do cultivo uma fonte de riqueza. “Consegui uma produção de 65 kg, com apenas 2 kg de sementes plantadas”, contabiliza sorridente o adolescente, cujo pai plantou a mesma quantidade e obteve uma produção de apenas 15 kg.

Adilton participa da Casa Familiar Rural de Presidente Tancredo Neves, projeto apoiado pelo Tributo ao Futuro que integra o Programa de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Baixo Sul da Bahia (DIS Baixo Sul). Foi nesta história sem gigantes que o jovem se aventurou e descobriu que o aprendizado faz germinar idéias.

No modelo de Casa Familiar, o aluno é estimulado e acompanhado pelos monitores para implantar um projeto produtivo nas terras de sua família. No período de formação, que tem duração de três anos, os jovens são educados para o campo e orientados a se tornarem mais que agricultores. Incentivados a difundir o conhecimento adquirido em suas comunidades, se tornam verdadeiros agentes de desenvolvimento local.

Adilton passou a produzir alimento para sua família e comercializar o excedente colhido. A venda do produto gera renda para a manutenção e continuidade do projeto e impacta no comércio de sua comunidade, fazendo o capital circular.

Hoje, a Casa Familiar Rural de Presidente Tancredo Neves atende 56 jovens e já formou outros 66 agentes nos mesmos moldes. O “gigante”, que antes comprometia a plantação, dá espaço a uma terra fértil. Com o uso de novas técnicas de plantio, os jovens perceberam que a galinha dos ovos de ouro está na sua capacidade de desenvolver o conteúdo aprendido.