Casas Familiares Rurais iniciam ano letivo
Ensino adaptado à realidade rural estimula jovens a permanecerem no campo e na agricultura familiar
30 de janeiro de 2014
Ensino adaptado à realidade rural estimula jovens a permanecerem no campo e na agricultura familiar
30 de janeiro de 2014
Mais de 100 jovens carregam na mochila o sonho de se tornarem empresários rurais. Levam em seus ombros a esperança de crescerem no campo e a visão compartilhada de futuro ao lado de suas famílias. Em três anos, participarão de 45 alternâncias, cada uma com um tema diferente, voltadas para a realidade da zona rural.
Antes de ingressar nas Casas Familiares Rurais, os novos alunos participaram de concorridos processos seletivos e os escolhidos iniciaram em janeiro uma nova caminhada. A Casa Familiar Rural de Presidente Tancredo Neves (CFR-PTN), por exemplo, teve mais de 620 inscritos para ocupar 35 vagas na turma do primeiro ano. Ou seja, a concorrência foi próxima à de alguns cursos do vestibular da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) no campus Salvador, como Administração, Nutrição e Farmácia.
“O mais importante de tudo, independentemente do número de inscritos, é perceber que as pessoas estão acreditando no nosso trabalho e isso nos fortalece”, avalia Sirleia Rossi, Assessora Pedagógica da CFR-PTN.
Os novos estudantes são avaliados por meio de dinâmicas de grupo, testes de redação, raciocínio lógico, entrevistas e aulas práticas, objetivando integrar, conhecer e avaliar individualmente cada um. Para se inscrever e participar, eles precisam ter entre 14 e 21 anos, residir na zona rural, ter aptidão para agricultura e o apoio dos familiares.
Segundo Carolina Benjamin, educadora responsável pelo 3º ano da Casa Familiar Rural de Igrapiúna (CFR-I), o período de pré-alternância é essencial e se configura como a fase final do processo, para observar se os jovens conseguem se adaptar à metodologia de ensino. “Observamos o esforço nas atividades práticas e é gratificante quando sentimos o interesse deles em permanecer na Casa. Certamente isso será aproveitado e lapidado nos anos de formação”.
Litza Oliveira, 15 anos, moradora da comunidade do São Francisco, em Nilo Peçanha, foi selecionada para o primeiro ano da Cfaf e disse estar muito feliz. “Estou emocionada em estar aqui junto com pessoas comprometidas com a nossa formação. Tenho como objetivo me tornar uma empresária rural e permanecer na minha comunidade”.
Nas Casas Familiares, os educandos encontram uma metodologia diferenciada, chamada de Pedagogia da Alternância, em que passam uma semana na unidade de ensino em período integral, com aulas na sala e no campo, e duas semanas em suas propriedades, aplicando os novos conhecimentos. Durante sua formação aprendem sobre administração rural, cooperativismo, manejo de solos, irrigação, drenagens, além dos mais diversos cultivos.
Elaine dos Santos, 21 anos, moradora do município de Valença, é casada e acaba de ingressar na CFR-PTN. “Vejo aqui a oportunidade de adquirir conhecimento e assim melhorar a qualidade das roças de minha família. Estou vendo que a escola tem um ensino muito bom, pois nos forma como pessoas do bem para permanecer no campo”.
Para Rita Cardoso, Diretora da CFAF, é edificante o trabalho realizado nas Casas Familiares. ”Nossa missão é oferecer aos jovens oportunidades de vidas dignas nas suas comunidades”.
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