Edição 142 – Buscando respostas no lugar certo
Evento em Salvador reúne representantes de empresas e instituições para debaterem políticas públicas de desenvolvimento regional
1 de junho de 2009
Evento em Salvador reúne representantes de empresas e instituições para debaterem políticas públicas de desenvolvimento regional
1 de junho de 2009
Texto e foto: Vivian Barbosa
Leonaldo dos Santos, de 35 anos, era um dos mais curiosos. Morador da comunidade de São Francisco, município de Nilo Peçanha, no Baixo Sul da Bahia, tinha interesse em conhecer novas técnicas de artesanato. Integrante da Cooperativa das Produtoras e Produtores Rurais da Área de Proteção Ambiental (APA) do Pratigi (Cooprap), Leonaldo percorria os estandes da I Mostra Nacional de Desenvolvimento Regional, observando, fazendo perguntas, trocando experiências. “É um momento interessante”, disse. “Posso me inspirar no trabalho artesanal de diferentes regiões do país. Já tenho idéias para criar novas peças usando a piaçava.”
Entre 24 e 27 de março, o Centro de Convenções da Bahia, em Salvador, sediou o evento, promovido pelo Ministério da Integração Nacional (MIN). A coordenação esteve a cargo da Secretaria de Programas Regionais do MIN e a realização ficou com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). A Fundação Odebrecht foi um dos patrocinadores.
A mostra reuniu representantes de segmentos empresariais e de instituições governamentais e não governamentais para debater as políticas públicas relacionadas ao desenvolvimento regional. “A iniciativa privada está participando de projetos ligados a esse tema, o que não é comum no Brasil”, observa Márcia Damo, Secretária de Programas Regionais do MIN. Ela explica que o MIN, em parceria com a Fundação Odebrecht, já apoia o artesanato com a piaçava e a produção de pupunha. “Este ano queremos ingressar em outros arranjos produtivos, como a piscicultura no Baixo Sul da Bahia”, revela.
Além de representantes da Cooprap, membros da Cooperativa dos Produtores de Palmito do Baixo Sul (Coopalm) também estiveram no evento. A produtora Elza Teles, de 30 anos, veio do município de Igrapiúna e ficou orgulhosa ao ver o palmito Cultiverde sendo comercializado durante a mostra. “Eu e meu marido estamos na Coopalm há cinco anos e, só com o palmito, temos uma renda de R$ 1.500 ao mês”, afirma Elza. Dos seus quatro filhos, três estudam na Casa Jovem e um integra a Casa Familiar Rural de Igrapiúna, projetos apoiados pela Fundação Odebrecht. “Toda a minha família é beneficiada e acredito que estamos transformando nosso futuro.”
História e raízes
O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da cerimônia de abertura da mostra, realizada no dia 24. Acompanhado pelos ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos) e Patrus Ananias (Desenvolvimento Social e Combate à Fome), além do Governador da Bahia, Jaques Wagner, entre outras autoridades, Lula visitou o estande da Fundação Odebrecht, no qual foi recebido por Maurício Medeiros e Norberto Odebrecht, Presidente Executivo e Presidente do Conselho de Curadores da Fundação Odebrecht. O Presidente Lula ouviu explanações sobre o Modelo de Desenvolvimento Integrado e Sustentável da APA do Pratigi e conheceu os produtos das cooperativas ligadas ao programa.
Na noite de 25 de março, os participantes do evento tiveram contato com diversas manifestações artísticas do Baixo Sul da Bahia. “Quando os jovens resgatam a história de suas comunidades, ajudam a preservar suas raízes”, destacou Rita de Cássia, produtora rural da região de Man-gabeiras, no Tocantins, e expositora na mostra.
Tema do painel de Experiências Inovadoras, no dia 27 de março, o Modelo de Desenvolvimento Integrado e Sustentável da APA do Pratigi foi apresentado por Maurício Medeiros. O desafio de tornar próspera e dinâmica uma área degradada contextualizou a exibição. “Com nossa atuação exclusiva na APA do Pratigi queremos ter condições de gerar indicadores e resultantes que nos permitam chegar a um modelo e à replicação dele”, enfatizou Medeiros. Ele destacou a formação de jovens e o apoio de empresas como Ebal, GBarbosa, Perini e Wal-Mart na condição de parceiras que contribuem para o sucesso do programa.
“O Modelo APA do Pratigi se propõe a possibilitar o alcance dos Oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio definidos pela ONU, superando o assistencialismo e garantindo a conquista da sobrevivência, do crescimento e da perpetuidade sustentáveis”, afirmou Medeiros, que também salientou a importância da integração entre os setores público e privado e as comunidades.
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