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Especial 50 anos – O Jovem como Protagonista

Em 1988, A Fundação conclui que havia chegado a hora de mais uma mudança de foco e atuação: trazer o adolescente para o centro de todas as suas ações

18 de junho de 2015

O ano de 1988 chega para a ainda Fundação Emílio Odebrecht como mais um divisor de águas em sua história de apoio a questões que interessavam a toda a população brasileira. Naquela época, o Brasil passava pela expectativa de que viveria um fenômeno chamado “Onda Jovem” entre os anos de 2005 e 2025: a população entre 15 e 24 anos seria a maioria no país. Assim, após muitas reuniões e debates, o Conselho de Curadores conclui que havia chegado a hora de mais uma mudança de foco e atuação: trazer o adolescente para o centro de todas as suas ações. A consciência era de que essa é a fase do desenvolvimento dos valores, atitudes, comportamentos e hábitos do ser humano. E para que o adolescente enfrentasse essa “Onda”, ele precisaria estar preparado para uma atuação competente, solidária e responsável. Era necessário enxergá-lo como parte da solução e não como problema, enfatizando suas potencialidades e não suas fraquezas – uma visão posteriormente conceituada, sistematizada e denominada Protagonismo Juvenil.

O primeiro passo que norteou essa atuação se deu com a reformulação do Prêmio Fundação Emílio Odebrecht, ligado, até então, ao contexto do trabalhador brasileiro. O Prêmio foi transformado em um instrumento de pedagogia social, visando estimular o adolescente a refletir sobre questões relevantes e a produzir materiais educativos voltados para a conscientização e a mobilização da sociedade em torno desses assuntos. Em 1988, o concurso envolveu mais de 100 mil jovens em torno do tema Responsabilidade Sexual na Adolescência e apostou na formação de adolescentes produtivos, conscientes e participativos. Na mesma época, a Fundação reuniu entidades governamentais e não governamentais interessadas na recuperação do prédio da sede do Liceu de Artes e Ofícios da Bahia, centenário estabelecimento de ensino de Salvador, que incendiou em 1968 por causas desconhecidas.

Liceu de Artes e Ofícios da Bahia: jovens em oficina de vídeo

Para essa nova fase do Liceu, que nascera com o objetivo de qualificar operários e artífices para o mercado de trabalho, a Fundação investiu seus esforços não só na reforma física, mas na implantação e desenvolvimento de programas diferenciados para adolescentes na área da educação, saúde e cultura. Para a Superintendente da Fundação na época, Neylar Vilar Lins, “o principal objetivo era a formulação de um modelo diferenciado de educação para a vida e pelo trabalho”. E assim foi feito: após a reconstrução, o Liceu tornou-se um centro com oficinas experimentais de som e instrumentos, artes gráficas, móveis e madeiras, aulas de informática, entre outros.

Em 1994, a Fundação, em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), lançou uma das mais relevantes campanhas voltadas ao adolescente brasileiro, atingindo 146 milhões de pessoas. Veiculada nacionalmente, por meio de canais de televisão e revistas, a campanha “Só a Escola Corrige o Brasil” trouxe a questão educacional para o centro do debate político eleitoral e alertou a população para os graves problemas acarretados pelos altíssimos níveis de repetência escolar.

Cartaz de divulgação da campanha “Só a escola corrige o Brasil”

No ano de 1998, a campanha “O Adolescente por uma Escola Melhor” propunha prêmios para propostas de melhoria da escola apresentadas por jovens de 13 a 18 anos. Participaram 2.850 jovens de 422 municípios, em 19 estados brasileiros. No total, 924 trabalhos foram apresentados. Com o adolescente como beneficiário dos seus projetos, as ações da Fundação envolveram mais de 500 mil jovens e 12 mil educadores no período de 1988 a 1999. Foram estabelecidas parcerias com 100 instituições, que resultaram na produção de 24 materiais educativos e na viabilização de mais de 40 projetos.

Confira curiosidades e outros projetos importantes da Fundação na época:

1992 – Recebe os direitos autorais sobre as obras que sistematizam a Tecnologia Empresarial Odebrecht, dando origem a uma das suas frentes de atuação: o Programa Editorial.
1994 – Estimula a inserção de metodologias participativas e temas emergentes no sistema público de educação do Estado de Minas Gerais com o Projeto Afetivo-Sexual.
1995 – A Fundação Emílio Odebrecht passa a se chamar Fundação Odebrecht. Neste ano, também mobiliza parceiros como o Instituto Ayrton Senna para o apoio a ações que garantissem a permanência de crianças e adolescentes baianas na escola com o Pacto do Sítio do Descobrimento pela Educação.
1997 – Com o apoio de 28 entidades, cria o Instituto de Hospitalidade, com a missão de contribuir para o aprimoramento do setor de turismo e, por extensão, o desenvolvimento social e econômico da Bahia.

Presença que permanece marcando a história:

Sérgio Foguel é membro do Conselho de Administração da Odebrecht S.A. e membro do Conselho de Curadores da Fundação Odebrecht. Entre 1995 e 1998, foi Presidente da Fundação. Ao falar sobre a decisão de trazer o jovem para o centro das ações apoiadas, afirmou, em entrevista à edição de nº 114 da Odebrecht Informa: “Identificamos o adolescente como foco de todo o trabalho pois é nessa época da vida que se consolida a formação ética e cultural do ser humano”.

Nomes que marcaram a história:

De 1986 a 1992, Bruno Silveira ocupou o cargo de diretor executivo da Fundação e foi um dos principais nomes  na decisão de fazer do jovem o foco de atuação. Para ele, trazê-lo como público-alvo teve uma razão muito clara: “Educar o adolescente para a vida é atuar diretamente em prol de um futuro melhor”, afirmou Silveira em entrevista para edição da Odebrecht Informa publicada em 1991.

Neylar Lins exerceu a Superintendência da Fundação de 1992 a 2002. Foi uma das mulheres que marcou a história da instituição na luta pelas políticas públicas. Em 1994 afirmou, “Preparar jovens para a vida, estimulando o desenvolvimento da responsabilidade e de uma consciência social, é uma das contribuições mais nobres e de mais amplo efeito multiplicador que a Fundação pode dar para a melhoria da qualidade de vida das futuras gerações”.

 

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