Juntos pelo meio ambiente
Confira entrevista com Volney Fernandes, Diretor Executivo da Organização de Conservação da Terra, sobre ações da instituição e relação de parceria com a Fundação Odebrecht
1 de julho de 2016
Confira entrevista com Volney Fernandes, Diretor Executivo da Organização de Conservação da Terra, sobre ações da instituição e relação de parceria com a Fundação Odebrecht
1 de julho de 2016
Vertente ambiental do Programa PDCIS, da Fundação Odebrecht, a Organização de Conservação da Terra (OCT) atua na área de Proteção Ambiental (APA) do Pratigi, localizada na região do Baixo Sul da Bahia. Ações de reflorestamento, recuperação de nascentes, apoio à certificação socioambiental, aliadas a capacitações para um melhor uso dos recursos naturais, fazem parte do seu escopo de atuação e contribuem para que a agenda ambiental esteja intrinsecamente relacionada com o desenvolvimento econômico de agricultores familiares.
Em entrevista, Volney Fernandes (foto acima), Diretor Executivo da OCT, fala sobre as ações da instituição diante dos impactos das mudanças climáticas na região e o incentivo à criação de políticas públicas. Além disso, destaca a relação com a Fundação Odebrecht no que tange ao Pacto de Governança assinado entre as instituições e a transferência de recursos, tecnologia empresarial e visão corporativa.
1 – As mudanças climáticas são reais e estão acontecendo agora, impactando sobre as condições de vida e trabalho das pessoas. Como a OCT contribui para mitigar esses efeitos na região da APA do Pratigi, junto aos pequenos produtores?
Volney Fernandes: A OCT vem desenvolvendo expertise em planejamento da paisagem, visando ser propositiva em um modelo de desenvolvimento que gera a sustentabilidade da APA do Pratigi, a partir da integração das agendas econômica e ambiental, mitigando assim os efeitos das mudanças climáticas. Entendemos que as transformações devem ocorrer a partir do menor sistema (o imóvel rural), de forma planejada, onde são implantadas diferentes tecnologias de baixo impacto ambiental, a exemplo de sistemas agroflorestais, práticas de conservação de solo, dentre outras. Como estratégia de multiplicação dessas tecnologias, as propriedades tornaram-se espaços pedagógicos para multiplicação dos conhecimentos pelos agricultores que a OCT apoia, pois entendemos que a partir da capacitação podemos ter um maior número de gestores qualificados da paisagem, possibilitando que mais imóveis rurais gerem riquezas e serviços ambientais, em uma escala que impacte na conservação dos nossos recursos naturais.
2 – Graças a iniciativa piloto de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), a OCT incentivou e apoiou a implantação de uma lei de PSA em Ibirapitanga, o que tornou o município o primeiro da Bahia a ter uma lei do Programa com orçamento aprovado pela prefeitura. Conte-nos mais sobre esta conquista, que se tornou um modelo de replicação, e a importância dessa política pública para a região.
VF: Partindo do princípio que o nosso planeta é onde vivemos, e que é nesse espaço que podemos atuar pelas nossas instituições como líderes para sua sustentabilidade, a OCT vem desenvolvendo ações para criar estruturas modelares que possam ser adaptadas e replicadas para outras regiões. Um desses exemplos é o projeto de PSA, que começou em 2012, apoiado pela Fundação Odebrecht, visando desenvolver a metodologia de PSA como estratégia para influenciar inicialmente os municípios que compõem a APA do Pratigi a criarem suas políticas públicas. Visando estabelecer uma governança para a sustentabilidade da região, acreditando que é possível influenciar estruturas maiores de governo a ter uma legislação adequada e necessária para a redução do aquecimento do planeta, envolvemos diversos parceiros que pudessem contribuir tanto com investimentos, como na transferência de conhecimentos para o aprimoramento das atividades do projeto. Esse avanço nos permitiu estabelecer uma parceria com a Prefeitura de Ibirapitanga, culminando com a aprovação da sua lei municipal de PSA. Uma grande conquista, pois esse município está se tornando referência para os demais da região cacaueira. Prova disso é que estamos recebendo visitas de representantes de diversos municípios para conhecer e discutir o projeto e sua viabilidade de ser implantado em outros locais. Também estamos apresentando esse trabalho em diversos fóruns de debates sobre a crise hídrica que estamos vivendo no Sul da Bahia.
3 – A OCT faz parte do Programa PDCIS e, em 2016, assinou o Pacto de Governança da Fundação Odebrecht. Qual a importância desse marco para a OCT?
VF: Estamos vivendo a formalização de um pacto moral que sempre existiu entre as instituições que fazem parte do PDCIS e a Fundação Odebrecht, e que pautou as nossas relações de confiança no que tange fazer o que é certo, de forma integrada, entendendo que assim podemos cumprir as nossas metas pactuadas no nosso Programa de Ação. O fato de termos agora o documento que retrate o que já existia fortalece as nossas relações com parceiros e financiadores, pois deixa claro os princípios e valores que norteiam a nossa instituição, contribuindo para a sustentabilidade institucional.
4 -Além do aporte financeiro, a Fundação Odebrecht compartilha os valores da Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO) e a sua visão corporativa com as instituições que apoia. Como essa transferência de expertise influencia na atuação qualificada da OCT? E como esse investimento em construção de inteligência é repassado pela OCT à comunidade?
VF: Todo esse apoio da Fundação Odebrecht contribui para nossa formação cultural de empresariamento baseado na TEO, que tem seus fundamentos na disciplina, que gera respeito e consolida a confiança. Com base nesses princípios, as comunidades confiam na OCT e consequentemente nas nossas propostas, permitindo que façamos, com o envolvimento das famílias, o planejamento integrado das suas propriedades, orientando o uso e ocupação da terra de forma que toda a propriedade, além de poder gerar renda sustentável, seja geradora de serviços ambientais. Com isso, buscamos tornar possível a formação de uma consciência deliberada, buscando implantar, de forma sinérgica com as demais instituições que fazem parte do PDCIS, um modelo de desenvolvimento, retratada pelas propriedades dos beneficiários do Programa. Um modelo que visa à erradicação da pobreza com educação, geração de trabalho e renda, respeitando e formando cidadãos, que possam conviver harmonicamente com o meio ambiente, fortalecendo a resiliência do território.
5 – Além dessa constante troca com a Fundação Odebrecht no que tange ao planejamento das ações, execução e acompanhamento dos resultados, a OCT conta com o apoio da instituição no trato com os parceiros. Como esse know-how é utilizado, de forma positiva, para o fortalecimento da relação com este público?
VF: A Fundação Odebrecht sempre prezou pela sua cultura e segurança empresarial, e ao compartilhá-la, instrumentalizou-nos, tornando-nos confiáveis. Somos vistos como terceiro setor com uma visão empresarial, o que transmite aos financiadores a confiança de que os recursos aportados serão aplicados de forma efetiva, gerando os resultados desejados por todos. Além da capacidade já instalada e uma governança confiável, o Programa PDCIS, coordenado pela Fundação Odebrecht, torna-se um atrativo para os parceiros por ter em sua concepção uma visão diferenciada para promoção do desenvolvimento local, com ações que fortalecem a educação, o trabalho, a cidadania e o meio ambiente no Baixo Sul da Bahia, tornando os beneficiários protagonistas no desenvolvimento do espaço onde atuam.
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