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“O meio ambiente é o fundamento”

Joaquim Cardoso, Diretor Executivo da OCT, explica a importância de disseminar conceitos de sustentabilidade alinhados à educação contextualizada

13 de junho de 2018

A Organização de Conservação da Terra (OCT) – instituição apoiada pela Fundação Odebrecht por meio do Programa de Desenvolvimento e Crescimento Integrado com Sustentabilidade (PDCIS) – orienta o produtor rural do Baixo Sul da Bahia a lidar com o meio ambiente de maneira sustentável, realizando projetos para reflorestamento, restauração de nascentes, conscientização das pessoas e reaplicação de boas práticas. Atuando na área de Proteção Ambiental (APA) do Pratigi – que abrange cinco municípios e uma área de 171 mil hectares -, a instituição realiza o Programa Carbono Neutro Pratigi, que incentiva o cálculo de emissões de Gás Carbônico (CO2) e o investimento para o plantio de árvores a fim de compensar impactos. Em entrevista, Joaquim Cardoso, Diretor Executivo da OCT, fala sobre o papel da instituição no processo de conservação ambiental e produtiva da região.

Confira!

Fundação Odebrecht: Qual a relevância de comemorar, em junho, um mês dedicado ao meio ambiente no contexto das discussões por conservação e adoção de comportamentos mais sustentáveis?

Joaquim Cardoso: No mundo, não há quem não perceba claramente os efeitos dos desequilíbrios climáticos. Por esta razão, o marco de um mês especial para a reflexão deste tema é de fundamental importância. Precisamos do envolvimento e da conscientização de todos para superar desafios que incluem a redução da emissão de gases de efeito tóxico na atmosfera e a necessidade de usar racionalmente os recursos naturais. O esforço para a conservação ambiental precisa ser coletivo. Precisamos lembrar que o planeta Terra é o lar de todos nós.

Fundação Odebrecht: Como se configura o trabalho de conservação da OCT?

Joaquim Cardoso: Nosso trabalho é feito a partir de serviços ambientais, ou seja, apoiando ações implantadas por agricultores que favorecem a biodiversidade, água e neutralização de carbono. Atuamos em um espaço geopolítico definido e monitorado, com participação ativa da comunidade, o que nos permite acompanhar sistematicamente os resultados socioeconômicos e ambientais. Também acumulamos conhecimentos e experiências que asseguram o planejamento e a execução das ações necessárias para desenvolver com sustentabilidade a região do Baixo Sul da Bahia.

Fundação Odebrecht: Quais as principais frentes de atuação da OCT hoje?

Joaquim Cardoso: Incentivamos e monitoramos o desmatamento zero e também promovemos um trabalho de recuperação e conservação de nascentes e matas ciliares. Nós atuamos na conservação produtiva, que é um dos mais importantes instrumentos para que os seres humanos possam viver de forma digna sem danificar o meio ambiente: apoiamos a implantação de sistemas agroflorestais, a transição para manejos agroecológicos e oferecemos assistência técnica qualificada, além do pagamento por serviços ambientais e incentivo à conservação da floresta em pé. A vida moderna se tornou tão exigente em equipamentos e tecnologias que todos nós passamos a ser predadores involuntários da natureza. A nossa proposição é que cada um seja protagonista da neutralização de suas emissões danosas. A OCT faz parte disso: restauramos 80 nascentes no Baixo Sul em 2017, 205 nascentes estão recuperadas/em conservação desde 2012 e já plantamos mais de 212 mil árvores. Cabe ressaltar que a APA do Pratigi tem dez mil nascentes. Destas, 3.200 estão degradadas ou alteradas.

Desde 2012, a OCT tem 205 nascentes recuperadas/ em conservação. Só em 2017, foram restrauradas 80

Fundação Odebrecht: é difícil dialogar sobre práticas sustentáveis com os agricultores?

Joaquim Cardoso: Não adianta discutirmos o sonho do meio ambiente perfeito, o sonho da educação, se os seres humanos não encontrarem condições de vida. Na medida em que o produtor percebe resultados que podem ser continuados e aperfeiçoados, dá-se o que chamamos de adesão consciente e deliberada. O produtor tem a comprovação de que é benéfico fazer a recuperação da nascente e das matas ciliares, tratar da água, do solo, da flora e fauna. Cria-se o que chamo de circuito virtuoso do desejo: a pessoa vê que deu certo e passa a ser exigente, a divulgar e sonhar. Na APA do Pratigi, isto tem sido claro. Assim, hoje, já não é mais difícil falar da importância da conservação com os agricultores.

Fundação Odebrecht: No site da OCT, é possível calcular as emissões pessoais de CO2. Essa é uma medida que desperta a importância das ações diárias e o que podemos fazer para mitigar danos ambientais. Para você, quais as implicações dessa iniciativa?

Joaquim Cardoso: A compensação de carbono é, para mim, um símbolo da colaboração do ser humano com o meio ambiente. Seja dormindo ou acordado, trabalhando ou não, usamos recursos naturais. As plantas são capazes de, em sua fotossíntese, absorver o gás carbônico que emitimos e liberar oxigênio. Essa ideia de recompor e buscar a compensação ambiental cria um sentimento de solidariedade muito bom. E, ao realizar o plantio de árvores na APA do Pratigi, uma área tão rica em biodiversidade, favorecemos resultados ainda mais impactantes pelo nível de formação das florestas, muito mais do que em um plantio isolado.

Fundação Odebrecht: Como o senhor define a importância de conservar o meio ambiente?

Joaquim Cardoso: Precisamos lembrar que o foco principal é a sustentabilidade. Eu posso ter o meio ambiente mais qualificado, mas, se as pessoas não encontrarem ali condições de vida saudável, desconfie de que não é sustentável e não será. O meio ambiente é o fundamento, o alicerce. Mas ele precisa ser trabalhado, ajustado e conduzido no cotidiano para se transformar em uma realidade em termos de sustentabilidade.

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