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Projeto capacita mais de 300 jovens

Em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a OCT oferece cursos de capacitação para produtores rurais no Baixo Sul da Bahia

26 de fevereiro de 2018

De fevereiro de 2017 até agora, 305 jovens agricultores foram capacitados pelo curso ‘Gestão de Propriedades Rurais de Base Familiar para Adaptação às Mudanças do Clima’, promovido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) através do Projeto Germinar, em parceria com a Organização de Conservação da Terra (OCT). A formação, que está agora na 11ª e última turma, é dividida entre aulas teóricas, que acontecem no Núcleo Papuã, município de Ibirapitanga, Baixo Sul da Bahia, e práticas, nas propriedades dos estudantes inscritos. Ao final de 30 dias, os estudantes terminam com um certificado de conclusão e uma gama de aprendizados que vão levar para a vida toda.

Nessa turma, profissionais da OCT foram os educadores responsáveis pelas aulas, que têm como principal objetivo incentivar jovens rurais a se tornarem multiplicadores de práticas agrícolas conservacionistas e gestão sustentável de propriedades de base familiar. Para o engenheiro agrônomo José Eduardo Mamédio, Coordenador de Projetos da OCT e professor / coordenador das turmas, os resultados foram maiores do que o esperado. “Esse curso é uma oportunidade para a gente ampliar e consolidar o que a OCT já vem fazendo no Baixo Sul. Acreditávamos que com técnicas agroecológicas podíamos mudar a vida das pessoas. Vimos muitos jovens saindo daqui mais motivados e inspirados a continuar no campo. Valeu muito a pena”, concluiu.

Joilson da Silva, da comunidade Fazenda Barra do Areal, em Wenceslau Guimarães, Bahia, está entre os 35 jovens inscritos nessa última turma. Na primeira etapa da capacitação, a teórica, ele aprendeu que usar agrotóxicos, além de agredir o meio ambiente, não garante uma produção maior. “Esse curso foi muito significativo para mim, porque eu produzo cacau e graviola, sempre com produtos químicos. Mas já estava percebendo que a minha área não estava tendo muita produtividade. Aqui, aprendi como produzir com manejos orgânicos, com sustentabilidade. Com certeza vou aplicar essa técnica com o meu pai, na nossa roça”, conta.

Jovens agricultores poderão aprimorar e implantar técnicas agrícolas sustentáveis em suas propriedades

As oficinas abordam temas como manejo agrícola conservacionista, Sistemas Agroflorestais (SAF), conservação e fertilização do solo, entre outros. Ao todo, foram apresentados quatro módulos: produção com responsabilidade social e ambiental, que incentiva o agricultor a adotar um sistema de agricultura eficiente e sustentável; plantando água e biodiversidade, que capacita os jovens em noções básicas de regularização ambiental de propriedades agrícolas e técnicas de restauração florestal; produzir e conservar, que aprimora os conhecimentos sobre técnicas de manejo agrícola para o uso sustentável de recursos naturais; e minha propriedade minha empresa rural, que contribui para a afirmação da identidade do jovem enquanto agricultor, oferecendo-lhe acesso a conhecimentos aplicáveis à gestão financeira de uma propriedade rural.

A agricultora familiar Leidinice de Souza, de Monte Alegre, em Piraí do Norte, Bahia, já planeja passar os conhecimentos adquiridos para seus vizinhos. “Algo que vou levar para mim como incentivo é a importância da forragem do solo. Antes, a gente tirava toda a cobertura, a palha, as folhas, achando que estava certo, mas não estava. é algo quero aplicar e também levar para a minha comunidade”. Nas oficinas, Leidinice aprendeu que deixando o solo exposto, ele recebe radiação direta do sol, matando os microrganismos benéficos que contribuem para a disponibilização de nutrientes. Manter o solo coberto, além de proporcionar um conforto térmico para a planta, também evita a perda de solo por erosão provocada principalmente pela chuva, melhorando a produtividade da propriedade.

O Cacique Ramon Santos, da Aldeia Tucum, em Ilhéus, estudante dessa turma, contou que as técnicas sustentáveis de cultivo já são muito usadas em comunidades indígenas do Sul da Bahia. “Uma coisa importante ensinada por esse curso prestado pela OCT é a noção de trabalhar coletivamente. Isso é algo que nós, povos indígenas, já fazemos ancestralmente. Poder levar essa partilha para a comunidade para que a juventude, em si, possa dar continuidade a essas práticas com mais informações e novas tecnologias… Eu, enquanto cacique, estou aqui como multiplicador também, trocando meus conhecimentos com os de outros agricultores”.

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