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Transformação de vidas

Conheça a história da cooperada Dona Zilma e de sua família, que vivem com a renda adquirida com a venda do artesanato feito a partir da piaçava

16 de dezembro de 2013

Uma das peças de artesanato produzidas pela cooperada

Artesã, mãe, esposa e produtora rural. Essas são algumas características de Zilma Jesus da Conceição, 41 anos, que vive na comunidade de Riachão, localizada no município de Ituberá (BA). Dona Zilma, como é conhecida, nasceu na zona rural e durante muito tempo se dedicou a ajudar o seu sogro para complementar a renda da família. 

Em sua propriedade, junto com Edvaldo Santos, seu marido, ela planta cacau, cravo, banana e trabalha com extração de piaçava. Esta última atividade provocou uma transformação em sua vida, desde meados de 2005. “Passei a participar de uma cooperativa e a ter uma renda mensal justa, o que proporcionou que eu me tornasse dona do meu próprio negócio”, conta. 

Foi em 2005 o ano que Dona Zilma ingressou na Cooperativa das Produtoras e Produtores Rurais da APA do Pratigi (Cooprap), que foi implantada no mesmo ano e está ligada ao Programa de Desenvolvimento e Crescimento Integrado com Sustentabilidade do Mosaico de Áreas de Proteção Ambiental do Baixo Sul da Bahia (PDCIS). Fomentado pela Fundação Odebrecht com parceiros públicos e privados, o desafio é tornar a região próspera socioeconômica e ambientalmente, de forma sustentável, fixando os jovens no campo, em seus locais de origem, integrados a suas famílias.
A Cooprap reintroduziu no Baixo Sul o artesanato com base no coco, na palha e na fibra da piaçava, além de ter implantado, em parceria com o Governo da Bahia, uma Indústria Cidadã para fabricação de vassouras. Dona Zilma conta que sua dedicação ao artesanato tem início todos os dias a partir das 7h e se estende até às 18h. Mandalas, cestas e bolsas são alguns dos criativos produtos que surgem das mãos da artesã.

Mãe de três filhos, ela conseguiu comprar uma casa e uma moto. “Tudo o que conquistei é resultado do artesanato”. Valdice Jesus, 17 anos, é a filha mais nova de Dona Zilma. Ela cursa o segundo ano do Ensino Médio aliado à habilitação técnica em Florestas na Casa Familiar Agroflorestal (Cfaf) e está seguindo os passos da mãe, já produzindo biojoias artesanais. Além disso, com os conhecimentos que adquire na Casa Familiar, tem levado novas práticas de plantio para a propriedade da família.

“Isso vem ajudando muito meus pais. Antes tínhamos dificuldade com coisas que a gente não sabia. Hoje existe a troca de conhecimento. Eu sei um pouco da teoria, meu pai, da prática”, ressalta a estudante. Valdice foi a única dos seus três filhos a permanecer no campo. Os mais velhos foram para as grandes cidades em busca de oportunidades. O sonho de Dona Zilma é ver a família reunida novamente. “Sinto uma falta muito grande, mas nos falamos todos os dias. Quando eles quiserem voltar, estamos aqui”, diz.

A filha mais nova não quer sair da região. Ela acredita que “a vida lá fora não está muito fácil. Quero ficar ao lado de meus pais, pois no campo há espaço para crescer. Foi aqui que fui criada e isso é tudo para mim”, descreve Valdice.

Simplicidade traduz Dona Zilma, cujo único sonho é o retorno dos seus filhos para o campo. “Tenho tranquilidade, minha filha perto de mim, meu negócio. Isso que vivemos já é tudo”, finaliza.

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